Por Ricardo Laurino, vice-presidente da Sociedade Brasileira Vegetariana (SVB) e embaixador da Plant Based Tech.

O Brasil tem testemunhado um movimento em constante ascensão nos últimos anos: o movimento vegano. Contudo, ao contrário do que muitos pensam, esse fenômeno vai muito além de um grupo específico. A realidade mostra que esse movimento tem atingido cada vez mais pessoas de diferentes perfis, classes sociais, crenças e hábitos alimentares. O veganismo deixou de ser uma escolha de nicho e, hoje, figura como uma tendência de mercado consolidada.

O comportamento do consumidor tem se transformado de maneira significativa. Hoje, é comum ver pessoas que, apesar de não serem veganas, optam por produtos cruelty-free, como cosméticos, itens de higiene pessoal e produtos de limpeza. Além disso, mesmo frequentando restaurantes tradicionais e mantendo o consumo de carnes em sua dieta, muitos escolhem refeições à base de vegetais em alguns dias da semana, contribuindo para a popularização de produtos plant-based.

Uma pesquisa realizada pelo IPEC, em 2021 pela Sociedade Vegetariana Brasileira, revelou dados que sustentam essa nova faceta do consumidor brasileiro: 46% dos entrevistados afirmaram evitar consumir carnes ao menos uma vez por semana por iniciativa própria. Além disso, 32% disseram optar por pratos veganos quando disponíveis e destacados no cardápio. Esses números demonstram a força crescente do veganismo no Brasil e como ele influencia o comportamento de uma parcela significativa da população.

Diante dessa mudança, proprietários de restaurantes e empresas do setor alimentício têm se adaptado, inserindo opções plant-based em seus cardápios e portfólios. Esse movimento não apenas atende à demanda dos consumidores, mas também cria um ciclo de feedback positivo: quanto mais opções veganas são oferecidas, mais pessoas se tornam curiosas e dispostas a experimentá-las. Isso gera um aumento de demanda e, consequentemente, amplia a oferta de produtos à base de vegetais, promovendo o crescimento de um círculo virtuoso.

Além do impacto no mercado de alimentos, o veganismo também ganha força em outros setores da economia, como o da moda, cosméticos e limpeza, onde as escolhas conscientes e éticas têm se tornado mais valorizadas. O mercado vegano movimenta bilhões de reais anualmente, e empresas que antes não tinham essa preocupação agora se veem obrigadas a repensar suas práticas e oferecer produtos mais alinhados com os novos valores do consumidor.

O movimento vegano vai além da alimentação. Ele é impulsionado por uma tríade de causas centrais: o respeito aos animais, a preservação do meio ambiente e a busca por uma saúde mais equilibrada. Esse tripé tem guiado as decisões de milhões de consumidores ao redor do mundo e está, cada vez mais, moldando o futuro do consumo. A crise ambiental que vivemos, com mudanças climáticas, desmatamento e perda de biodiversidade, somada às crescentes preocupações com a saúde pública, como doenças relacionadas ao consumo excessivo de produtos de origem animal, só reforça a urgência de uma transformação no modo como nos alimentamos e nos relacionamos com os recursos do planeta.

Nesse contexto, o universo plant-based surge como uma alternativa real e acessível, tanto para os consumidores quanto para as empresas. Produtos à base de vegetais já ocupam prateleiras de grandes redes de supermercados e estão presentes nos cardápios dos principais restaurantes do país. A inovação tecnológica tem sido uma grande aliada na criação de produtos que simulam o sabor, a textura e a aparência da carne, sem, contudo, causar os impactos ambientais e éticos que a pecuária gera. Esses produtos têm surpreendido o público e, em muitos casos, conquistado o paladar dos consumidores mais céticos.

O crescimento desse mercado é inegável, e o futuro promete ser ainda mais transformador. À medida que mais pessoas compreendem a importância de suas escolhas para o planeta, para os animais e para a própria saúde, o universo plant-based continuará a se expandir, abrindo portas para um estilo de vida mais sustentável e ético. O Brasil, com sua riqueza agrícola e biodiversidade, tem um enorme potencial para se tornar um líder global na produção e consumo de produtos plant-based.

Estamos apenas começando a vislumbrar as reais possibilidades que esse movimento pode trazer, tanto para o mercado quanto para a sociedade. E é certo que, nos próximos anos, o veganismo e o plant-based não serão mais vistos como uma tendência passageira, mas como pilares de um novo paradigma de consumo.

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